
Imposto Seletivo e regimes diferenciados na Reforma Tributária: riscos, exceções e como se preparar - OSP - Soluções de Negócio
A Reforma Tributária não trata apenas de simplificação. Ela inaugura um novo ambiente regulatório com impactos profundos sobre setores estratégicos da economia. Dois pontos exigem atenção imediata: a criação do Imposto Seletivo (IS) e a definição de regimes diferenciados de tributação para áreas como educação, saúde, combustíveis e serviços financeiros.
Neste artigo, explicamos de forma prática e consultiva o que sua empresa precisa saber — e fazer — para não ser surpreendida.
O que é o Imposto Seletivo?
O Imposto Seletivo (IS) é um tributo federal de caráter extrafiscal. Sua função não é meramente arrecadatória: ele busca desestimular o consumo de produtos e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.
Deve incidir sobre:
- Bebidas alcoólicas
- Cigarros e produtos fumígenos
- Veículos com alta emissão de carbono
- Combustíveis fósseis e lubrificantes poluentes
- Produtos com impacto ambiental elevado ou baixo valor nutricional
📌 O IS substitui o IPI sobre certos produtos, mas terá alcance potencialmente mais amplo, afetando planejamento fiscal, precificação e posicionamento de marca.
A alíquota será escalonada, conforme o grau de nocividade, e definida por lei complementar. Empresas que atuam nesses segmentos devem iniciar modelagens de impacto desde já.
Setores com regimes diferenciados: quem será afetado
A Reforma prevê tratamentos específicos para determinados setores, com foco na neutralidade econômica e no equilíbrio social. Veja os principais casos:
1. Setores com redução de 60% na alíquota
Pagam apenas 40% da alíquota cheia de CBS e IBS:
- Educação (exceto ensino informal)
- Saúde (planos e hospitais)
- Transporte coletivo urbano e metropolitano
Essa regra protege serviços essenciais à população, mas exige correto enquadramento fiscal e documentação comprobatória.
2. Cesta Básica Nacional com alíquota zero
- Definida pelo Decreto nº 11.936/2024
- Inclui arroz, feijão, leite, ovos e alimentos in natura
- Ultraprocessados foram excluídos, o que altera decisões de portfólio e embalagem
A isenção exige atenção à nomenclatura fiscal e ao código NCM correto. Erros podem gerar autuações e perda de benefícios.
3. Regimes específicos a regulamentar
Setores de alta complexidade terão regime próprio, ainda em definição:
- Combustíveis e energia
- Serviços financeiros e seguros
- Educação privada
- Planos de saúde
- Concessões públicas
🔎 A ausência de regras claras hoje gera incerteza jurídica e risco estratégico. Empresas impactadas devem monitorar ativamente a regulamentação.
Riscos para empresas despreparadas
- 📉 Aumento inesperado da carga tributária com fim de isenções ou benefícios históricos
- ❌ Perda de competitividade por desconhecimento das exceções ou má classificação fiscal
- 🧾 Insegurança na aplicação de alíquotas diferenciadas, em meio a definições pendentes
- 🔁 Impacto indireto em cadeias produtivas, como fornecedores de itens sujeitos ao IS
Como sua empresa pode se antecipar
- Mapeie produtos e serviços com potencial de enquadramento no IS ou em regimes diferenciados
- Simule diferentes cenários de alíquota, margem e repasse de preço
- Reclassifique corretamente itens e operações, com apoio técnico
- Atualize ERPs e sistemas de precificação, considerando regras múltiplas
- Participe de consultas e monitoramento setorial, via entidades e assessorias
Conclusão
O Imposto Seletivo e os regimes especiais representam a camada mais estratégica — e sensível — da Reforma Tributária. Os efeitos vão além da apuração: afetam competitividade, precificação e posicionamento.
Empresas que atuam em setores regulados, com margens apertadas ou expostas à opinião pública precisam ir além da conformidade: é hora de transformar risco em inteligência fiscal.
Na OSP, ajudamos sua empresa a compreender impactos, simular cenários e definir rotas de adequação com visão estratégica e integrada.
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Guilherme Pagotto
Diretor Tributário
Contador, especialista em tributação empresarial e planejamento tributário estratégico. Mais de 15 anos de experiência em reforma tributária e estruturas societárias.
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