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Tendências recentes na entrada de empresas estrangeiras no Brasil

Por que mais empresas estrangeiras estão entrando no Brasil

Nos últimos anos, o Brasil tem chamado cada vez mais a atenção de empresas estrangeiras. Mas por quê? O que faz com que grandes marcas globais decidam apostar no nosso mercado, mesmo com todos os desafios que ele apresenta?

A resposta está em uma combinação de fatores: o consumo interno continua crescendo, a digitalização transformou a forma como as empresas operam em setores como tecnologia, varejo e energia renovável estão em plena expansão; sem contar as mudanças nas regras para investimentos estrangeiros, que ajudaram a reduzir algumas barreiras burocráticas e facilitaram a entrada de novas companhias no país.

Claro, nem tudo são flores. O Brasil ainda tem um sistema tributário complexo e exige um bom planejamento para quem quer operar por aqui. Mas mesmo com esses desafios, muitas multinacionais enxergam o país como um mercado essencial para expansão.

Outro fator importante é o crescimento das parcerias entre empresas estrangeiras e brasileiras. Em vez de começarem do zero, muitas marcas optam por se associar a negócios já estabelecidos, o que facilita a adaptação ao mercado local e reduz riscos.

Diante desse cenário, essa chegada crescente de empresas internacionais mostra um movimento global de diversificação de mercados e uma busca por novos consumidores. O Brasil, com seu tamanho e potencial, continua sendo um dos destinos mais estratégicos para negócios que querem crescer.

Setores mais promissores 

O Brasil sempre despertou interesse de empresas estrangeiras, mas alguns setores vêm se destacando ainda mais nos últimos anos. Devido às mudanças no comportamento do consumidor, avanços tecnológicos e novas oportunidades de investimento, certas áreas estão especialmente promissoras para quem quer expandir os negócios por aqui.

1. Tecnologia e inovação

O mercado de tecnologia está a todo vapor no país: Startups e fintechs (tecnologias financeiras) crescem rápido, e a demanda por soluções como inteligência artificial, cibersegurança e computação em nuvem não para de aumentar. Desta forma, empresas estrangeiras que oferecem tecnologia inovadora encontram um público receptivo e um ecossistema em plena evolução.

2. Varejo e e-commerce

Se tem um setor que viu uma explosão nos últimos anos, este foi o e-commerce. Marcas internacionais como Shopee e Shein chegaram com força e conquistaram o consumidor brasileiro. É possível perceber que o público está cada vez mais conectado e aberto a novas experiências de compra, o que cria um cenário perfeito para empresas estrangeiras que querem vender online.

3. Energia renovável

O Brasil tem um dos maiores potenciais do mundo para energia solar e eólica, e isso não passou despercebido pelos investidores estrangeiros já que, com a pressão global por sustentabilidade, empresas que oferecem soluções em energia limpa encontram aqui um terreno fértil para crescer, aproveitando incentivos e uma demanda crescente.

4. Saúde e biotecnologia

O setor da saúde está se transformando rapidamente, com destaque para a telemedicina e novas tecnologias médicas. Por este motivo, empresas estrangeiras que trazem inovação para equipamentos, tratamentos e serviços têm espaço para crescer, ainda mais em um país onde o acesso à saúde está cada vez mais digitalizado.

5. Alimentação e bebidas

O consumidor brasileiro está mudando seus hábitos e buscando produtos mais saudáveis, sustentáveis e inovadores e isso tem atraído grandes marcas internacionais de alimentos plant-based, bebidas premium e snacks diferenciados. Quem souber se adaptar ao gosto local, tem grandes chances de sucesso.

6. Infraestrutura e construção

Com investimentos em obras de grande porte, como rodovias, ferrovias e saneamento, o Brasil continua sendo um destino interessante para empresas estrangeiras do setor de infraestrutura. Assim, parcerias com o governo e concessões têm aberto caminho para novos negócios, tornando esse um dos setores mais estratégicos para investidores internacionais.

Quais países mais investem no Brasil atualmente

Como mencionado anteriormente, o Brasil sempre foi um destino interessante para investidores estrangeiros, e isso não mudou. Na verdade, nos últimos anos, alguns países intensificaram sua presença por aqui, apostando no nosso mercado consumidor, nos recursos naturais e nas oportunidades de crescimento. Mas afinal, quem mais está colocando dinheiro no Brasil?

1. Estados Unidos – Os campeões dos investimentos

Os EUA sempre foram um dos maiores investidores no Brasil, e vemos que empresas americanas estão por toda parte, seja na tecnologia, no varejo, na saúde ou na energia. Além disso, gigantes do setor financeiro também estão por trás de muitos investimentos, seja em startups, seja em infraestrutura ou fusões e aquisições.

2. China – Chegando com força total

A China tem crescido muito como investidora no Brasil, especialmente em áreas como energia, agronegócio e infraestrutura. Empresas chinesas vêm comprando participação em negócios brasileiros e apostando forte em projetos de energia renovável e mineração e, por isso, a relação comercial entre os dois países só se fortalece, e o interesse chinês no Brasil continua aumentando.

3. Europa – Um mix de investimentos

Vários países europeus também têm grande presença por aqui: a Alemanha investe pesado na indústria automotiva e em tecnologia, enquanto a Espanha domina o setor bancário e de telecomunicações; França e Reino Unido, por sua vez, apostam bastante nos setores de energia e saúde.

4. Japão – Estratégia e inovação

Os japoneses estão no Brasil há décadas, investindo principalmente em tecnologia, eletrônicos e infraestrutura. Empresas do Japão costumam buscar parcerias estratégicas e investir em projetos de longo prazo, como sistemas de transporte e mobilidade urbana.

5. América Latina – Nossos vizinhos também apostam no Brasil

Entre os países da América Latina, a Argentina se destaca nos investimentos no Brasil, especialmente no varejo e na alimentação; O México e o Chile também vêm ganhando espaço, investindo principalmente no setor de tecnologia e serviços.

Como funcionam as regras para estas empresas

Como vimos até aqui, o Brasil é um país cheio de oportunidades para empresas estrangeiras, mas também tem um ambiente regulatório que pode ser um pouco complicado. Se uma empresa de fora quer operar aqui, precisa seguir uma série de regras para se regularizar e evitar problemas no futuro. Vamos dar uma olhada nos principais pontos abaixo.

Precisa de autorização para operar?

Sim. Diferente de alguns países onde basta registrar a empresa e começar a operar, no Brasil, uma empresa estrangeira precisa de autorização do governo para abrir uma filial. O pedido deve ser feito ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Já no caso de uma empresa nova com sócios estrangeiros, o processo é mais simples, mas ainda envolve bastante papelada.

Estrangeiros podem abrir empresa no Brasil?

Podem, mas com algumas condições. Se o dono da empresa não mora no Brasil, ele precisa nomear um representante legal que resida no país. Além disso, há exigências burocráticas, como a obtenção de um CPF (para pessoas físicas) ou um CNPJ (para empresas), além do cumprimento das regras da Receita Federal.

Como funciona a parte dos impostos?

O sistema tributário brasileiro não é dos mais fáceis, e empresas estrangeiras precisam prestar atenção nisso. Os impostos variam conforme o tipo de negócio, mas geralmente incluem tributos como ICMS (para comércio), ISS (para serviços) e PIS/Cofins. Além disso, se a empresa for mandar dinheiro para fora, pode haver tributação extra sobre essas remessas.

Tem algum setor que não permite empresas estrangeiras?

Alguns setores são mais restritos para empresas estrangeiras. Por exemplo, áreas como telecomunicações, energia e mineração podem exigir aprovações especiais. Outro ponto importante: estrangeiros não podem comprar terras rurais livremente no Brasil, já que há uma série de regras para esse tipo de investimento.

Precisa registrar os investimentos?

Sim. Qualquer empresa estrangeira que investe no Brasil precisa registrar seus investimentos no Banco Central, informando de onde vem o dinheiro e garantindo que tudo esteja dentro da lei, evitando dores de cabeça no futuro e garantindo que a operação esteja em conformidade com a legislação financeira brasileira.

Incentivos e barreiras 

O que torna o Brasil atraente para empresas estrangeiras?

Um mercado consumidor gigante – Com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil tem um público diverso e ávido por novidades e, por isso, se uma empresa estrangeira consegue se adaptar ao gosto do consumidor local, tem grandes chances de sucesso.

Setores em expansão – Algumas áreas, como tecnologia, energia renovável, e-commerce e agronegócio, estão crescendo rápido e oferecem espaço para novos entrantes. Como consequência, empresas estrangeiras que trazem inovação e diferenciais competitivos podem se destacar.

Acordos comerciais e facilitação de investimentos – O Brasil faz parte do Mercosul e tem parcerias comerciais com diversos países, o que pode facilitar importação e exportação. Além disso, algumas regras para investidores estrangeiros foram flexibilizadas nos últimos anos.

Incentivos fiscais – Dependendo do setor e da região, há benefícios como redução ou isenção de impostos para quem investe no país. A Zona Franca de Manaus, por exemplo, oferece vantagens para empresas que querem produzir e exportar a partir dali.

Mão de obra qualificada – Apesar dos desafios do mercado de trabalho, temos muitos profissionais bem preparados, especialmente em áreas como tecnologia, engenharia e finanças, facilitando a contratação de talentos locais para fortalecer as operações.

O que pode dificultar a entrada no mercado brasileiro?

Burocracia complexa – Abrir e manter uma empresa aqui pode ser um processo demorado e cheio de exigências legais e para quem não está acostumado, pode parecer um labirinto de papelada.

Impostos altos e sistema tributário complicado – No país, há uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo, além de um sistema de arrecadação que muda bastante dependendo do estado e do setor, podendo ser um grande desafio se não houver um planejamento fiscal bem estruturado para empresas estrangeiras.

Setores com restrições – Algumas áreas exigem aprovações especiais para empresas estrangeiras atuarem, como telecomunicações, mídia e mineração e, dependendo do tipo de negócio, pode ser necessário passar por processos regulatórios mais rigorosos.

Logística desafiadora – O Brasil é um país muito extenso e a infraestrutura nem sempre acompanha essa dimensão. Por isso, transportar produtos pode ser caro e demorado, especialmente para quem quer alcançar diferentes regiões do país.

Instabilidade econômica e política – Mudanças na legislação, oscilações do câmbio e incertezas políticas podem afetar a previsibilidade dos investimentos. Por este motivo, empresas que operam no Brasil precisam estar preparadas para um ambiente de negócios dinâmico e, às vezes, instável.

Empresas estrangeiras que entraram recentemente e se destacaram

Shein – O gigante do fast fashion online

Como citado, a Shein virou febre no Brasil com preços baixos, variedade gigantesca de produtos e um modelo 100% digital. A marca chinesa aproveitou como ninguém o boom do e-commerce e o interesse do brasileiro por moda acessível e cheia de tendências. Com tanto sucesso, a empresa já começou a investir na produção nacional, reduzindo os prazos de entrega e expandindo sua operação por aqui.

Shopee – E-commerce que virou febre

Outra empresa mencionada, a Shopee chegou ao Brasil em 2019 e não demorou muito para se tornar um dos aplicativos de compras mais populares do país. Sua estratégia? Cupons de desconto agressivos, frete barato e um marketing certeiro, que rapidamente a colocou como concorrente direta de gigantes como Mercado Livre e Amazon. Hoje, a plataforma já trabalha com vendedores locais e segue ampliando sua oferta de produtos para se consolidar ainda mais no mercado brasileiro.

Starbucks Reserve – Uma nova experiência de café

A Starbucks já era conhecida dos brasileiros, mas sua versão premium, o Starbucks Reserve, chegou trazendo um conceito diferente. Com lojas conceito, cafés especiais e um ambiente mais sofisticado, a marca conseguiu atrair um público disposto a pagar mais por uma experiência diferenciada. O café sempre foi uma paixão nacional, e a Starbucks soube explorar esse mercado de forma inteligente.

N26 – A fintech europeia que quer espaço por aqui

O banco digital alemão N26 viu no Brasil um mercado promissor para fintechs e resolveu entrar na briga, mesmo tendo concorrentes de peso como Nubank e C6 Bank. Sua aposta está na experiência do usuário, em contas sem tarifas e em um público jovem e digitalizado que busca alternativas aos bancos tradicionais. Ainda está em fase de consolidação, mas tem um grande potencial para crescer.

Lefties – A “irmã acessível” da Zara

A Lefties, marca do grupo Inditex (o mesmo da Zara), chegou ao Brasil apostando em moda acessível com preços ainda mais competitivos que a própria Zara. Com lojas físicas e uma forte presença digital, a marca já começou a disputar seu espaço no mercado brasileiro, que sempre tem demanda para novidades no varejo de moda.

Ikea – Finalmente no Brasil

Depois de muita espera, a Ikea finalmente confirmou sua chegada ao Brasil. A gigante sueca de móveis e decoração aposta no seu modelo de produtos funcionais e acessíveis para conquistar os brasileiros, mesmo enfrentando forte concorrência de marcas locais e do setor de móveis planejados. A expectativa é alta, e a empresa tem tudo para se destacar no segmento.

O que essas empresas têm em comum

Todas essas marcas entenderam que este é um mercado cheio de oportunidades, mas que exige adaptação. Seja investindo em logística, apostando no marketing digital, ajustando preços ou criando experiências diferenciadas, elas mostraram que, mesmo com desafios como burocracia e tributação, ainda há muito espaço para empresas estrangeiras crescerem por aqui. Quem souber se conectar com o consumidor brasileiro e oferecer valor real, tem grandes chances de sucesso.

Tendência de aquisições: empresas brasileiras compradas por grupos estrangeiros

A disputa pela Hering – Quem levou?

A Hering, uma das marcas de moda mais tradicionais do Brasil, estava na mira de grandes empresas. A Lojas Renner chegou a demonstrar interesse, mas quem levou foi o Grupo Soma (dono de Farm e Animale), por R$ 5,1 bilhões. O curioso é que, apesar do Soma ser um grupo brasileiro, ele tem forte participação de investidores estrangeiros, mostrando como o capital de fora já faz parte do nosso varejo.

Heineken – Fortalecendo sua presença no Brasil

A Heineken já havia comprado a Brasil Kirin (antiga Schincariol) em 2017, mas não parou por aí. A gigante holandesa segue investindo pesado no Brasil, expandindo fábricas e fortalecendo sua briga com a Ambev. O mercado de bebidas é super competitivo, e a presença de multinacionais só reforça como o Brasil é estratégico para o setor.

Carrefour compra o Grupo BIG (antigo Walmart Brasil)

O varejo brasileiro também teve movimentações gigantes, como a compra do Grupo BIG (ex-Walmart Brasil) pelo Carrefour, por R$ 7,5 bilhões. Essa aquisição ajudou o Carrefour a se consolidar ainda mais no país e mostrou como as grandes redes internacionais estão apostando no consumo dos brasileiros.

Fundo americano Advent compra o Grupo Tigre

O Grupo Tigre, gigante brasileira de tubos e conexões, também entrou no radar de investidores estrangeiros. O fundo americano Advent International comprou uma fatia majoritária da empresa, com o objetivo de acelerar sua expansão e fortalecer sua atuação na América Latina.

Tecnologia no alvo dos investidores

Empresas de tecnologia brasileiras também têm atraído grupos estrangeiros. O setor de startups, fintechs e softwares tem recebido investimentos de fundos globais que querem expandir seus negócios para a América Latina. Exemplo disso foi a compra da RD Station, startup catarinense de marketing digital, pela TOTVS, que tem participação de investidores estrangeiros.

Afinal, por que as empresas brasileiras estão sendo compradas?

  • Entrada mais fácil no mercado brasileiro – Para muitas multinacionais, é mais rápido e seguro comprar uma empresa já consolidada do que começar do zero e enfrentar a burocracia brasileira.
  • Oscilação do real – Com a flutuação da moeda, empresas brasileiras muitas vezes ficam “mais baratas” para grupos estrangeiros, tornando o investimento ainda mais vantajoso.
  • Setores estratégicos crescendo – Áreas como tecnologia, varejo, agronegócio e infraestrutura estão em plena expansão, e empresas estrangeiras querem garantir um pedaço desse mercado antes que a concorrência aumente.

Conclusão

O Brasil tem seus desafios, mas continua sendo um mercado cheio de oportunidades para empresas estrangeiras que querem crescer. A burocracia e a carga tributária podem assustar no começo, mas quem entende as regras do jogo e se adapta ao mercado local pode ter muito sucesso por aqui.

Nos últimos anos, vimos grandes marcas internacionais desembarcando no Brasil, startups sendo compradas por grupos estrangeiros e setores como tecnologia, varejo e energia renovável atraindo investimentos de fora. O país tem um grande mercado consumidor, setores estratégicos em crescimento e, apesar das incertezas, continua sendo um dos principais destinos de investimento na América Latina.

Empresas que chegam preparadas, com uma boa estratégia e dispostas a entender o comportamento do consumidor brasileiro, têm mais chances de se destacar. Quem entra apostando no longo prazo e com uma operação bem estruturada consegue transformar os desafios em vantagem competitiva.

Por estes motivos, se a sua empresa está de olho no Brasil e quer entender melhor o mercado, contar com um suporte especializado pode fazer toda a diferença. A OSP pode ajudar no processo de internacionalização e na construção de uma estratégia sólida para operar no país. Fale com a gente e descubra como podemos facilitar a sua entrada no Brasil, acessando nosso site ospcontabilidade.com.br.

Uma contadora sorridente, simbolizando o serviço acessível e sem burocracia oferecido pela OSP para a troca de contador.

Autor

Foto de Guilherme Pagotto

Guilherme Pagotto

Advogado, contador e empresário, atua no mercado contábil há mais de 20 anos. É sócio da OSP e responsável pela área comercial de Novos Negócios. Também é juiz do Tribunal de Impostos e Taxas (TIT) de Campinas.

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